sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Pague a sua Dívida.

“Pois sou devedor tanto a gregos quanto a bárbaros, tanto a sábios quanto a ignorantes; por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma. Romanos 1.14 e 15.

O que você costuma fazer com as suas dívidas. Você costuma pagá-las? E se você descobrisse hoje que tem uma grande dívida o que faria? Você a pagaria imediatamente ou você a adiaria sem data para cumprimento?
Essa era a condição de Paulo e essa é a nossa condição. Somos devedores aos outros no que diz respeito ao anúncio das boas novas.
Evangelizar é uma questão de amor. Amor a Deus e amor ao próximo. O amor a Deus nos leva a cumprir a sua ordem de anunciar o evangelho a toda a criatura, em todo lugar, durante todo tempo.
O amor ao próximo nos leva a anunciar as boas novas do evangelho, de anunciar que existe salvação para o homem pecador, que a sua vida pode ser diferente daquilo que ela é.
Somos devedores aos outros porque o amor, diz Paulo, no seu memorável texto de 1 Coríntios 13, não busca o seu próprio interesse. O amor não pode ser egoísta. Se o Evangelho mudou a sua vida, você não pode retê-lo só para você, você deve compartilhar com os outros a grande mensagem do amor de Deus.
No mundo em que vivemos, há pessoas aflitas e desesperadas. Pessoas para quem a vida já não tem nenhum sentido, pessoas que querem dar cabo da sua vida porque já não têm esperança. Há pessoas que querem descobrir o sentido do amor, querem saber que alguém os ama do jeito que são, da maneira como estão, que os ama incondicionalmente, que os ama com amor eterno e que provou esse amor, dando o seu próprio Filho como prova desse amor.
Há também pessoas que estão cegas porque o deus deste mundo lhe cegou o entendimento. Elas estão nas trevas e não sabem. Há pessoas que são escravas de grilhões espirituais que subjugam todo o seu ser.
O homem precisa descobrir o amor de Deus. Porque ele vive esmagado pelo peso de deuses e de ídolos vingativos, que exigem sacrifícios incessantes, penitências. Cuja relação com eles é baseada na troca, na entrega de oferendas, no “é dando que se recebe”.
As pessoas precisam descobrir um Deus que é amor, que é pura graça, que é compassivo, misericordioso. As pessoas precisam descobrir o Deus revelado na face do nosso Senhor Jesus Cristo. Evangelizar, é falar desse Deus de amor.
Somos devedores a todos os homens que ainda não conhecem esse Deus.

Rev. Kleber Nobre de Queiroz

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Palavras de ordem, palavras vazias

Palavras de Ordem, Palavras Vazias.

Existem duas visões evangélicas da realidade e da história que são comodistas e em alguns aspectos, ingênuas. Uma é otimista demais e a outra pessimista demais.
Explico-me. Tenho ouvido insistentemente a afirmação de que o “Brasil é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso! " A ingenuidade está em pensar que o simples fato de desferir palavras de ordem ao vento, mudará uma realidade complexa. Gostaria muito que a realidade fosse mudada a golpes de palavras de ordem. Mas, para minha decepção não é isso que acontece. Eu ficaria muito triste se realmente o Brasil fosse de Jesus, vendo crescer a corrupção, a falta de vergonha da maioria dos políticos, o crescimento vertiginoso do número de participantes da parada do “orgulho” gay, a iniciação sexual cada dia mais cedo dos jovens, o aumento do consumo de drogas, a glamourização da ingestão de bebidas alcoólicas, a violência incontrolável, o abuso sexual de crianças, a exploração do trabalho infantil, a violência contra as mulheres, o abandono dos idosos, o caos no trânsito e ainda sermos ao mesmo tempo o maior país católico, espírita e evangélico do mundo. Sim, somos tudo isso ao mesmo tempo e ainda, segundo o IBGE, cresce de forma significativa o número de ateus em nosso país. Ao longo desses anos, todas as palavras de ordem pronunciadas não foram capazes de mudar essa realidade.
Por outro lado, ainda sobrevive, em alguns dos cristãos que ainda esperam a vinda do Senhor Jesus Cristo, aquele princípio de “quanto pior melhor”. É verdade que a Bíblia aponta para uma serie de sinais que são indicativos da vinda de Cristo e que em sua essência são catastróficos. Porém não devemos confundir a alegria com a expectativa da vinda do Senhor Jesus Cristo, da noiva que ansiosamente aguarda o seu noivo, com os sinais que antecedem essa vinda, caracterizados por vários acontecimentos dramáticos e ruinosos. Somos chamados a uma atitude misericordiosa, de compaixão e de amor. A nós, cabe alimentar e dessedentar o inimigo, como vemos na carta aos Romanos no capítulo 12. O juízo cabe a Deus. Muitas vezes, os cristãos usam essa visão para se acomodar frente aos desafios que têm no mundo, pois se Jesus disse que as coisas seriam assim, dramáticas e difícieis, temos que nos conformar. Mas, a Igreja enquanto estiver aqui, tem um papel profético e sacerdotal no mundo. Profético para confrontar este mundo mau com os valores do Reino de Deus "que não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo" Romanos 14.17. E sacerdotal no papel de intercessora, de se apresentar diante de Deus intercedendo pelos perdidos.
A atitude cristã nem pode ser otimista, nem pessimista, tem que ser realista e proativa.
O cristão tem em primeiro lugar a obrigação de orar. Há uma determinação clara na 1ª Carta de Paulo a Timóteo no capítulo 2: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens”. A oração é a arma mais poderosa do Cristão para mudar a realidade. A Igreja tem desprezado a oração como instrumento de transformação da realidade. A oração tem que ser sempre o primeiro recurso.
Em segundo lugar é preciso uma atitude de inconformação, de insatisfação, como o apóstolo Paulo nos diz na Carta aos Romanos, capítulo 12: “não vos conformeis com este século”.
Em terceiro lugar, é preciso uma atitude de contestação. Os cristãos têm que se unir e se manifestar contra todas as coisas contrárias ao Reino de Deus. Precisamos erguer a nossa voz contra a injustiça, a corrupção, a imoralidade e a violência que estão entranhadas nas estruturas pecaminosas da nossa sociedade. Existe o pecado individual, que está presente na vida de cada pessoa. Mas, existe um pecado estrutural. O inimigo, de maneira astuta está agindo por meio das estruturas da sociedade, usando os legisladores, os governantes, os meios de comunicação, para atingir seus objetivos.
Por isso, precisamos nos mobilizar contra leis que exploram os trabalhadores, que defendem o aborto, que querem silenciar a voz da igreja quando esta diz que o homossexualismo é uma corrupção da criação de Deus que fez homens e mulheres.
Devemos nos mobilizar contra os meios de comunicação que estão destruindo os valores familiares, que estão fazendo com que o é certo pareça errado e o que é errado pareça certo.
Temos exemplos de cristãos que exerceram influência e produziram mudanças em seu tempo. Martin Luther King, na luta pelos direitos civis, que sem armas e sem violência, quebrou a força de um sistema iníquo, sistema que, era apoiado inclusive por igrejas. Podemos mencionar ainda, Desmond Tutu na África do Sul, William Wiberforce, na Inglaterra e Eduardo Carlos Pereira, fundador da nossa igreja que foi um abolicionista e se posicionou contra a infâmia da escravidão no Brasil.
A igreja não pode deixar de orar, de demonstrar o seu inconformismo. Ela tem que erguer a sua voz.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O Homem é Livre?

O Homem é Livre?


Existe liberdade? O homem pode ser completamente livre? Isto é pode fazer tudo o que quiser? Ou existe alguma coisa que impede o homem de ser plenamente livre. O que é realmente liberdade?

A liberdade é um bem muito precioso ao ser humano. Na legislação de qualquer país do mundo usa-se a privação da liberdade de ir e vir como um instrumento de punição para os crimes tidos como mais graves. Isso já é um indicativo de que em qualquer lugar do mundo, a liberdade é tida como um bem muito precioso.

E o que a Bíblia nos diz a respeito de liberdade? Segundo a Bíblia o homem pode ser completamente livre?

Segundo a Bíblia, de maneira geral existem dois tipos de pessoas. As que são livres e as que são escravas. Ela descreve a condição das pessoas que têm Cristo como livres e das que não tem como escravas.

O homem sem Cristo é em primeiro lugar escravo do pecado. Por causa da queda ele foi subjugado, isto é colocado debaixo de um jugo, de um domínio, de tal maneira que quando ele age pensando que é livre, na verdade, ele está sendo dominado pelos desejos que a sua natureza pecaminosa o leva a cometer.

Ele é em segundo lugar, escravo do mundo. A Bíblia descreve este mundo como um sistema corrupto e pecaminoso que com sua estrutura aprisiona o homem, que inconscientemente ou conscientemente se submete ao seu padrão de conduta e por via de conseqüência é escravo do príncipe deste mundo, o Diabo. Paulo escreve isto com muita propriedade na Carta aos Efésios no capítulo 2, nos versos de 1 a 3.

A Bíblia descreve a condição do homem com Cristo como livre. Ele é livre da condenação do pecado porque Cristo se fez pecado na cruz por nós. Ele levou ali a nossa culpa. O homem em Cristo é livre também da influência, da força do pecado. No momento em que Cristo entra em sua vida ele nasce de novo, recebe uma nova natureza cuja inclinação é para as coisas santas e puras. Por isso, Paulo quando escreve aos Coríntios diz que se alguém está em Cristo é nova criatura, tudo se faz novo. Além disso, o Espírito Santo e santificador passa a habitar dentro dele. O homem em Cristo também é livre deste mundo. Embora ainda viva neste mundo, ele é cidadão de outro Reino. É transportado do reino das trevas para o Reino do Filho Amado de Deus.

Porém, em essência, nenhum ser humano é livre. O homem sem Cristo é escravo por condição. O homem com Cristo é escravo por opção. Como vimos acima, a condição do homem sem Cristo, por mais que ele tenha a ilusão de liberdade é de escravidão. Mas, o homem em Cristo, sendo livre, por amor, se faz escravo de Cristo. Isto é submete inteiramente sua vontade à vontade de Cristo. Esse é um dos grandes paradoxos do cristianismo. A verdadeira liberdade está em render completamente a vontade própria à vontade de Cristo. O homem é livre quando já não tem vontade, porque por amor e gratidão, tornou-se servo de Cristo.

Rev. Kleber Nobre de Queiroz