quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Um Crente Comum

Um Crente Comum
Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. 2 Co 4.7

Joguei a toalha, desisti. Depois de 28 anos como crente, e de 19 anos como pastor, descobri uma coisa muito importante e isso não me trouxe tristeza, mas descanso. Sou um crente comum. Sim, isso mesmo. Não sou e nunca serei um crente extraordinário. Sou vaso de barro.
O que me impressiona é que ao longo desses anos e após tantas leituras da Bíblia não havia percebido o óbvio. Na Bíblia há crentes extraordinários, homens e mulheres de histórias maravilhosas. Mas a grande maioria das pessoas que compunham o povo de Deus era anônima. Digam-me por favor, o nome de pelo menos dez dos sete mil israelitas que não dobraram os seus joelhos diante de Baal. (I Rs. 19.18.) Eles foram tão fiéis quanto Elias, mas os seus nomes não são mencionados. Elias foi extraordinário, Deus o escolheu o encheu do Espírito Santo e o capacitou para uma grande missão, a despeito de ser um homem semelhante a nós. Os outros sete mil também eram preciosos aos olhos de Deus, mas nem sequer seus nomes são mencionados. A galeria dos heróis da fé em Hebreus 11, não chega a vinte nomes. Há muitos que ficaram anônimos.
No dia de Pentecostes pelo menos três mil pessoas foram acrescentadas à igreja. Muitos cristãos foram martirizados, muitos foram presos, muitos foram perseguidos, muitos foram espoliados, mas os seus nomes não são mencionados.
O Livro de Apocalipse menciona uma multidão de milhões e milhões, de milhares e milhares, louvando ao cordeiro. Não se conhece os seus nomes, mas o importante é que eles venceram, eles chegaram lá. A Bíblia não diz que é importante ser famoso ou fazer sucesso, ser reconhecido. A Bíblia, porém, elogia os que são fiéis.
Na tentação, Jesus Cristo rejeitou a oferta de receber o mundo, de ser espetacular, de fazer o sucesso, ele trocou tudo pela cruz. A grande promessa de Cristo aos que o seguem é uma cruz. Só ao final, depois de vencermos é que receberemos uma coroa. Até lá descansemos no Senhor e nos alegremos em saber que Ele se agrada quando o servimos nas coisas mais simples e mesmo quando o que fazemos não tem sucesso nem reconhecimento aos olhos humanos. Ele não se impressiona com aquilo que impressiona os homens. Não há nada que o surpreenda, nem o fascine. Ele é que é surpreendente e fascinante, tremendo e maravilhoso. Nós somos vasos de barro, o evangelho é o tesouro precioso que levamos em nós. A glória é toda dEle.

Rev. Kleber Nobre de Queiroz