terça-feira, 11 de março de 2008

Atos 1.8, Base, Essência e Extensão da Missão.

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:8 RA)

Introdução: As últimas palavras de Jesus Cristo antes de subir ao céu, estão contidas neste versículo de Atos 1.8. Este texto tem sido um texto preferidos daqueles que pregam sobre a obra missionária.

1. O poder do Espírito é a base de toda obra missionária.

A formação bíblica e teológica é importante para obra missionária. Louvo a Deus por ter tido o privilégio de poder ter estudado em um seminário e ter uma formação teológica.

Os discípulos não tiveram um ensino teológico formal como dos nossos seminários e centros de treinamentos, mas foram treinados por Jesus Cristo.

Mas o grande diferencial na vida dos discípulos foi o poder do Espírito Santo.

Por duas vezes, João destaca o fato de que os discípulos estavam reunidos de portas trancadas com medo.

O que foi que provocou essa mudança que levou os discípulos para o templo para as ruas, sem medo de morrer?

Foi o poder do Espírito Santo.

Aqueles homens tímidos e cheios de medo, falaram ousadamente de Cristo diante de todas as autoridades civis e eclesiásticas com intrepidez.

Falaram de Cristo na cidade, nas estradas, nas sinagogas, onde quer que fossem.

“Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!” (João 20:19 RA)

Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!” (João 20:26 RA)

É interessante observar a oração dos cristãos e a resposta imediata logo após Pedro e João haverem sido presos e em seguida libertados: “Agora, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus. Tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos. E todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.” Atos 4.29 a 31.

Toda preparação teológica e bíblica que os futuros missionários possam ter é nula se não tiverem o poder do Espírito Santo.

Temos que na escolha dos futuros missionários, colocar como prioridade a evidência do poder do Espírito em suas vidas, muitos mais do que qualquer outro aspecto que possa ser considerado.

Certa vez, ouvi de um presidente da nossa denominação dizer que os missionários deveriam ser com Albert Schweitzer, médico, pianista e teólogo que deixou a Europa para ir para África.

Fiquei a pensar que a nossa igreja nesses cem anos não poderia ter tido nenhum missionário, pois nem ele, o presidente, nem, nenhum outro tiveram ou têm a dimensão intelectual de Schweitzer.

Sem demagogia, e com todo respeito, se fosse possível optar entre Schweitzer e o Apóstolo Pedro. Ficaria com o Pedro que se levanta cheio do Espírito no dia de Pentecostes.

Um homem cheio do Espírito é tudo de que Deus precisa para fazer uma revolução.

A ênfase de Cristo não estava na capacidade dos obreiros, mas no poder do Espírito.

A base da obra missionária, não é estratégia, treinamento. Estas coisas são importantes, mas a missão acontece verdadeiramente no poder no Espírito.

Fazer a obra missionária sem o poder do Espírito Santo é como andar em um carro sem motor.

2. Ser testemunha de Cristo é a essência de toda obra missionária.

A essência da obra missionária é ser testemunha de Cristo; de sua vida, morte e ressurreição.

Paulo, escrevendo aos Coríntios disse: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.” (1 Coríntios 2:1-2 RA)

Nossa tarefa não consiste em expandir a nossa denominação como franquia de um fast food, ou tornar conhecido o nome do fundador da denominação.

Nem mesmo, os milagres são o centro da nossa mensagem. Os milagres são o resultado do poder do Espírito Santo na vida da igreja.

Em nossa igreja, tem acontecido muitos milagres. Damos glória a Deus por isso. Até mesmo com irmãos de igrejas pentecostais que têm entrado aqui em nossos cultos.

Mas a ênfase da nossa pregação não são os milagres. Mas anunciar a Cristo.

Não é suficiente, apenas dizer que Cristo pode resolver os problemas das pessoas, o que é verdade. Mas que elas são pecadoras e precisam se arrepender. Ser testemunha de Cristo implica dizer as pessoas que na cruz, não as mãos de Cristo foram cravadas, mas, também os nossos pecados. Que precisamos nos arrepender e viver uma nova vida em santidade no poder da ressurreição de Cristo.

Não somos testemunhas de nós mesmos, nem de Calvino, Lutero, nem de Wesley, nem de homem algum.

Somos testemunhas de Cristo no poder do Espírito Santo.

E é essa visão que deve levar às igrejas a investir em Missões, sem levar em conta que denominação aquele missionário vai iniciar em outro lugar.

Cristo é o centro da pregação, da obra missionária.

Jesus, no Evangelho de João, cap. 16 diz que o Espírito Santo, há de glorificar a Jesus Cristo.

Fazer a obra missionária, sem ter a Cristo como o centro, é como andar em um carro sem direção.

3. Toda terra habitada é a extensão da obra missionária.

A questão do alcance da obra missionária tem sido afetada por dois problemas de visão: miopia e hipermetropia. Uns tem dificuldade para ver o que está longe, outros, para ver o que está perto.

muitos que têm se perguntado para que a igreja investir em missões em lugares como a África, Ásia, ou qualquer outro lugar distante, se há tanta gente aqui precisando ouvir o Evangelho.

outros que conseguem ver missões na perspectiva transcultural e enfatizam tanto as necessidades em outros lugares, que chega a colocar em crise de consciência aqueles que de alguma maneira estão envolvidas em um contexto de missão local.

Jesus Cristo deixa claro a extensão da tarefa que deu à igreja, ela deve ir onde houver pessoas que precisam conhecer a Cristo.

Cada coração com Cristo um missionário. Cada coração sem Cristo, um campo missionário, esse tem sido um lema apropriado para missões.

A tarefa é grande e desafiadora, mas aquele que nos chamou se responsabiliza por ela.

Podemos perceber pela leitura de Atos dos Apóstolos que no Pentecostes quando o Espírito é derramado sobre a igreja ela se torna intrépida para pregar a palavra e muitos sinais e maravilhas acontecem à medida que eles vão pelo caminho.

Também, fica evidente em Atos dos Apóstolos que Cristo era o centro da pregação da igreja primitiva.

Embora os discípulos não entendessem de início o significado da extensão da missão. Uma perseguição espalhou a igreja para que a mensagem de Cristo chegasse até o coração das pessoas.

Rev. Kleber Nobre de Queiroz

Pastor da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Natal

www.boletim1ipin.blogspot.com